Preço do café dispara e pacote chega a custar mais de R$25 nos supermercados
O preço do café disparou nos e já está custando numa média de R$ 25 (ou mais) o pacote de 500 gramas nos supermercados. A alta no produto não é de agora. Pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconônicos (Dieese) apontavam, desde o ano passado, o aumento do preço dos produtos nas capitais brasileiras. A explicação para a inflação do café está na safra.
Ao longo de 2024, o café esteve entre os produtos da cesta básica que ficaram mais caros em todas as capitais do Brasil. O aumento do preço do produto foi crescente, chegando a um pico de mais de 62% em Minas Gerais, por exemplo. “Os preços estiveram maiores na maior parte do ano devido às condições climáticas desfavoráveis (estiagem e calor) e à menor produção no Vietnã e no Brasil”, informou o levantamento do Dieese sobre o acumulado de 12 meses da cesta básica.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também se manifestou sobre a produção do café ao longo do ano passado. A justificativa para o preço que o consumidor encontra na prateleira se explica, segundo a Conab, são as condições climáticas dos últimos anos. “O clima adverso registrado no ano passado e no final de 2023 trouxe impacto para importantes regiões produtoras de café, influenciando negativamente na produtividade média das lavouras.”
Este ano a safra do café se encerrou com produção menor
A safra do grão de café se encerra estimada em 54,2 milhões de sacas de 60kg, em 2024. O resultado é 1,6% abaixo do volume produzido na safra de 2023. Quando comparado com 2022, último ano de alta de bienalidade, observa-se um crescimento de 3,3 milhões de sacas.
A área total destinada à cafeicultura no país, em 2024, totaliza 2,23 milhões de hectares, sendo 1,88 milhão de hectares com lavouras em produção e 353,6 mil hectares em formação. A produtividade média nacional de café, finalizada em 28,8 scs/ha, é 1,9% abaixo da obtida na safra de 2023.
Minas Gerais teve menor produtividade neste ciclo
Maior estado produtor de café no país, responsável por 52% da produção, Minas Gerais registra uma colheita de 28,1 milhões de sacas, queda de 3,1% em comparação ao total colhido na safra anterior. Essa redução se deve às estiagens acompanhadas por altas temperaturas durante o ciclo das lavouras e, agravadas, a partir de abril, quando as chuvas praticamente cessaram em todo o estado, com registros de precipitações pontuais e de baixos volumes.
Por outro lado, o Brasil segue exportando café
A quebra de safra não impactou a exportação do café. Conforme a Conab, o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2024, número que representa um novo recorde e alta de 28,8% na comparação com o ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“A quantidade exportada pode ser composta de estoques de produção de diferentes anos-safra. Nesse sentido, entende-se que o quadro de suprimento não pode levar em consideração apenas o volume produzido na última safra”, pondera a Companhia.
Ainda segundo a Conab, a alta no preço do café se deve à concorrência deve à “ocorrência de novas adversidades climáticas em importantes países produtores, que limita a recuperação da oferta futura.”
Fonte: Abc Mais